terça-feira, 27 de setembro de 2011

FURTIVA SOLIDÃO

                                                                                        T.E.Trovac


















O amor está na ponta dos lábios de muitos, mas em frases e promessas vãs

Muitos falam sobre ele, mas poucos verdadeiramente o conhecerão


O amor está na ponta da língua de muitos, mas em poucos corações

Muitos juram possui-lo, mas poucos verdadeiramente o terão



Então, eu vejo em horizontes alheios o brilho da ilusão

Almas iludindo, iludindo-se

E no fim, eu vejo nos supostos amantes apenas solidão".

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

DORMÊNCIA

                                                                         Yuri Hícaro




Senti que não dormia...
Alimentei-me dos meus sonhos
Demais.
E senti que não dormia,
Na constância
Das minhas alucinações;
Eu não sabia.

Eram minhas visões,
Cujo eu não dormia.

Mas sumiram os meus horrores,
Os meus temores.

Senti que eu morria!





terça-feira, 13 de setembro de 2011

A ESPERA

                                                                   Sidy Batalha









Como te enganas? Como te enganas coração
ingrato, que se alimenta de fantasias.
me diz como, como te enganas?

Dê-me razões nas cousas ditas
por tu. Nas enganações disoladas,
nas tantas vezes de procura.

Não, não chores, se tu paraste
de repente, e o mundo se encontrar
temente de tanto disalento.

Os pensamentos que criaram
esse poema, são os mesmos
que te sustentam...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

CANÇÃO DO TAMOIO

                                                  Gonçalves Dias



Luis Travassos - Importante membro da milícia estudantil contra a ditadura militar.                





Honestino Guimarâes, presidente da UNE, morto na ditadura militar

I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.
VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
VII
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
IX
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.
X
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.


  Edson Luis, estudante secundarista morto na ditadura militar