Deífilo Gurgel |
Deste lado da porta é noite, já.
Os homens adormecem seus cuidados.
Pelo campos desertos, os arados
pesam, negros e inúteis, ao luar.
Deste lado da porta ruge o mar
dentro da noite. Os pássaros cansados
pousaram nos meus olhos tresnoitados
e dormem ao relento, sem cuidar
que do outro lado desta porta é dia
e que somente um sopro bastaria
para esta porta abrir-se do outro lado.
Então, de súbito, amanheceria
e o que em sonho repousa, deste lado,
do outro lado da porta acordaria.
Deífilo Gurgel
Soneto indicado por Racine Santos, poeta e Dramaturgo.
ResponderExcluirFonte: Preá 27 Maio, Junho, Julho 2014