Clóvis Neto |
Sofro de perdas e achados.
Todos os dias, nos momentos mais difusos,
Inesperados,
Perco um pouco de minha alma.
Atrapalhado, tento erguer a mão, tímido,
Para perguntar: "por que agora?"
Mas nunca consigo sequer mover-me
Diante de tal afronta a um ser alheio.
Então sempre lembro que sofro.
Sim, sofro.
De perdas e achados.
E logo em um outro momento, encontro um pouco d'alma,
Lívida, muito viva,
Que me faz a tudo entender.
Um olhar desnudo e mudo.
Depois a vida começa a fazer algum sentido,
Mostrando-se toda, completa,
Absoluta.
Pois sofro, é verdade que sofro.
De perdas e achados.
Mas sofro mesmo
é de ser humano.
Clóvis Neto
Poema indicado por Michelle Ferret, Jornalista e poetisa.
ResponderExcluirFonte: Preá 27 Maio, Junho, Julho 2014