quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A ARTHUR RIMBAUD






Mortal, anjo e demônio, ou melhor, Rimbaud,
teu lugar no meu livro é o primeiro, como um prêmio;
tu que um bobo escritor um dia esculhambou
te achando um debochado imberbe, um verme, poêmio.

As espirais de incenso e os acordes do alaúde,
saúdam tua chegada ao templo da memória,
onde teu nome esplêndido soará em glória,
pois me amavas, se preciso, até a plenitude.

Serás para as mulheres, sempre, belo e forte,
de uma beleza assim, agreste e sedutora,
tão cobiçada quanto desvanecedora!

E a história te erguerá triunfante da morte,
p'ra que, apesar de toda a lama, o mundo veja
teus pés intactos sobre a cabeça da inveja!

                                                                    Paul Verlaine




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