segunda-feira, 7 de abril de 2014

COM OS OLHOS






Teus sorrisos de vinho não respondem
nada disto ou daquilo o que desejo.
Quando muito se mostram, mais se escondem
e se penso que enxergo, menos vejo.

Tenho notado, a noite está contigo
encobrindo as mentiras que me fala.
A julgar as verdades que em mim cala,
parece que ela está também comigo.

Imagino o que posso e o que sonhei:
entre luzes e sombras, as certezas;
entre cruzes e espadas, já não sei.

Por isso, não me atiça que eu te tomo,
despido de pudores, sutilezas,
te como com os olhos, mas te como.


                                                 Cid Augusto



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