sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O TEMPO

Um poeta gaúcho




A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
  

                                                                  Mario Quintana

domingo, 19 de agosto de 2012

OH CAPITÃO! MEU CAPITÃO!




Conciderado maior poeta da literatura americana






Oh capitão! Meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,
O navio resistiu a todas as tormentas, o prémio que buscávamos está ganho,
O porto está próximo, oiço os sinos, toda a gente está exultante,
Enquanto seguem com os olhos a firme quilha, o ameaçador e temerário navio:
Mas oh coração! coração! coração!
Oh as gotas vermelhas e sangrentas,
Onde no convés o meu capitão jaz,
Tombado, frio e morto.

Oh capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos;
Ergue-te, a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;
Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas, para ti as multidões nas praias,
Chamam por ti, as massas agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se;
Aqui capitão! querido pai!
Passo o braço por baixo da tua cabeça!
Não passa de um sonho que, no convés,
Tenhas tombado, frio e morto.

O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos eimóveis,
O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade,
O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está concluída,
O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objectivo ganho:
Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!
Mas eu com um passo desolado,
Caminho no convés onde o meu capitão jaz,
Tombado, frio, morto.


WALT WHITMAN









Walt Whitman, "Recordações do Presidente Lincoln" in Folhas de Erva,
Lisboa, Círculo de Leitores, 2006 (tradução de Maria de Lurdes Guimarães)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

TCHAIKOWSKY SMETANA

Poeta das ruas de Pau dos Ferros




                                              Nas profundezas da loucura
                                              também existe ternura,
                                              quando morrer quero teu nome
                                              na cruz da minha sepultura.

                                             Está tão escuro
                                             faz tanto frio,
                                             sinto falta do teu corpo
                                             que me clareia e me aquece.

                                             Se eu podesse voar
                                             eu te levaria além das estrelas
                                             para que nosso amor
                                             movesse todas as galáxias.

                             
                                                                               TCHAIKOWSKY SMETANA                
                                             

terça-feira, 7 de agosto de 2012

FIXAÇÃO DA FORMA

O POETA MARGINAL





                   A forma não informa
                   não forma a poesia
                   a forma não informa
                   a mente vazia
                   nem toda forma
                   é vazia
                   mas forma que informa
                   é rebeldia
                   minha forma é cheia
                   de poesia
                   minha poesia anseia
                   a mente vazia.


                                                                          Erick Silva

Erick Silva

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eliano Morêllo

Eliano Morello



               Entorpecida
               por essa idéia vencida
               de liberdade

               Em terra de cego
               quem tem os dois olhos
               tropeça na ignorância

               A reclusão
               travestida de libertação

               põe no tronco e açoita
               deixa marcas no corpo.


                                                                 Eliano Morello