segunda-feira, 18 de maio de 2015

O ÚLTIMO TROIANO

Claudio Castoriadis 
No seu colo derramou-se a geada
o estilhaço da regência

e pela narina da beleza
ilíada ensolarada
com sua crina
prefacial e
úmida

)servindo
de
proteção(

(i)
servindo de incêndio
(ii)
servindo de penacho
((iii))
servindo pela manhã


                                                                           Claudio Castoriadis


domingo, 10 de maio de 2015

2h15

Waleska Lopes
Junto os versos
Palavras que encontro soltas
Jogadas no chão dessa estrada
Por onde não findo de me estirar
Procurando onde a vista não alcança
O motivo pra poder parar

Faz da vida um nascer do sol
E para pra apreciar
Se firma no litoral
E espera a lua chegar
Tudo nessa vida
Tem um lado a se aproveitar

De nada é tudo dor
De nada, nada se tira
No amanhã ou no depois
Eu encontro a graça da vida!


                                                                            Waleska Lopes




PULSAÇÃO

Florina da Escóssia
Sobre a mesa
a tristeza
sobre a cama
se derrama
toda a fama
sobre o tapete
tira-se o corpete
quebra-se o topete
sobre o mosaico
do banheiro quase arcaico
quase tudo se encaixa
quando se está em vibrações da mesma faixa.

É sua roupa
que me deixe de touca
cheia de culpa.

É seu dinheiro
ou mesmo o tornozelo
que é meu travesseiro.

É sua autoridade
cheia de vaidade
que é desonestidade.
Sobre o meu peito
o seu beijo
que não é defeito
é desejo.

Sobre a barriga
você mendiga
com um olhar
o luar de nossas vidas.

Sobre a cabeça
você quer que eu esqueça
as canções e vibrações
que andam a nos rondar.

É seu tórax
seu sexo
com nexo.

É seu cheiro
que eu beijo
bem no queixo.

É sua risada
sua virada
sem dar uma olhada.

Sobre a casa
o luar
sob o luar
o mar
sobre o direito de sonhar
só nós podemos optar
sobre a vida
dividida
nada mais para serenar.

É seu sonho
que sonho
medonho.

É seu olhar
seu caminhar
sem falar.

Sobre o lírio
meu delírio
que também é seu
quando transformado em mel
sobre você
só eu posso dizer
sob você
posso me derreter.
Me deliciar
sobre mim
você pode falar
sob mim
pode sonhar
com o mesmo luar
que está sobre o mar.

Tudo em você me faz meditar
se vale ou não
a pena lhe amar.

É seu olho verde
seu puro leite
que é meu deleite.

Sobre nós
não mais
mas já pairou a paz
calamos a voz
já reinou a aflição
sombreando o coração
já lutamos em guerras
viramos feras
mas fomos capazes
de fazer as pazes.
É sua mão
seu coração
em constante pulsação.

É sua orgia
sua folia
cheias de magia.

Você todo me arrepia
e faz com que meu dia a dia
seja um agradável esperar.


                                                                       Florina da Escóssia