quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SEPARAÇÃO

Luiz Luz - Pirata

Leve o carro,
ficas com a casa,
dou-te meus livros,
não me importam mais.

Leves os móveis,
ficas com o cartão do banco,
dou-te meus CD's do Metallica,
não me interessam mais.

Mas deixe-me,
deixe-me apenas a poesia.

Nela ainda reside nosso amor;
por ela somos perpétuos.

E quando, você, ousar:
Respirar em mim e inspirar em nós

Casaremos de novo,
e de novo,
de novo,
de novo...

E se a nossa benquerência envelhecer
casaremos, então, de velho,
e de velho, 
de velho,
de velho...

                                                               Luiz Luz

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CAMILA GUERRA




Atriz Natalense

Ô vontade de produzir, criar, experimentar, vivenciar, praticar, viver essa arte que me inspira em momentos mais inusitados.
Ô vontade de soprar a poesia, de entrar em harmonia, de correr por aí improvisando.
Ô vontade de gritar, movimentar, dramatizar, TRANSFORMAR e até honrar o velho Brecht.
Ô vontade de beber esse vinho em brinde à Dionísio, sem falar do egoísmo que, é óbvio, vou deixar.
Ô vontade, fome, sede, de TEATRO.

Porque Teatro transforma, provoca, intriga, envolve, bate, acorda, oferece, mostra, fala, transa. Do que mais eu preciso?

                                                               Camila Guerra

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

NUA



Poeta Mossoroense


Aqueles que me querem tato,
              que me querem alma,
              que me querem verso!
Esses, já não os quero.
E me despeço deles
como quem se despe das roupas
que não lhe cabem no corpo.

                                                         Rayane Medeiros


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

MENSAGEM





Sentei como uma criança
e chorei, e chorei, e chorei.
Como um pássaro,
cresci e, sobre a caatinga, sobrevoei.

Em meus saltos e sobressaltos,
vencendo ventos e furacões,
reconheci que, com sabedoria de criança,
conquistei milhares de corações.


                                                Yuri Hícaro


domingo, 19 de janeiro de 2014

A RAIZ





Num campo de silêncio
onde pastam manhãs
estou sempre que sou.

Canção azul de cobre
me chega pelo vento:
em sua dor me deito.

Um espeço lençol
com ternura de pinhos
protege o coração.

O sangue levanta
no espaço bandeiras
de fogo e limão.

Até a pedra entrega
seus ásperos segredos
ao cristalino dia.

A raiz arranca
com garra de amor
a rosa do meu peito.

E reparto o diamante
que a infância me deu.

                                                 Thiago de Mello




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UMA ODE AO PRESENTE - PASSADO - FUTURO


NOBRE POETA NATALENSE


você não presta nem pra ser o meu amigo o tempo tem passado mais rápido longe das tuas encostas... seu monstro maldito seu monstro maldito seu monstro maldito você tem acabado com meu coração vou te fazer um porção pra que você morra devagar você só faz se esconder em outros corpos, copos vou te fazer uma porção mágica que você se foda bem longe com a solidão seu porco estúpido e choro todas as noites quando em pensamentos implorava pra te amar é, você nunca soube seu viado escroto seu marginal sem alma que a invalidez do meu sentimento invada sua alma, sua casa, te arranhe te tire o sono e a paz que eu não tenho maldito monstro maldito monstro maldito monstro bandido traiçoeiro você não presta e não vai me foder nem de vez em quando eu choro e não vou te esquecer tenha decência desapareça maldito me contou mentiras eu sonhei tantos dias em te amar sonhei, sofri,gemi tantas noites creditei que com você eu iria me casar seu monstro maldito


Thiago Medeiros





quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

AMOR VORAZ



Gaby

   
 Eu poesia, o verso que descansa à
 sombra da tua rima,
 Você poeta, eu o mal, em suas entranhas
 inquilina.
 Eu a vida que escorre entre teus dedos,
 Eu o sopro que excita os teus medos. Você mel, o céu, o sal
 Tu, o decassílabo final
 Um soneto, inteiro e terno
 Um desafio ao verso eterno
 Sois a vida que invade minha morte
 A crença ingenua e torpe, que no amor reside a sorte…
 Sejamos uma espécie de doce melodia
 agressividade, caos, euforia.
 Sejamos a sutil felicidade
 a profunda poesia.

                                                                          Gabriela Lima



quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

POEMA




A poesia está guardada nas palavras - é tudo que
eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso pra mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as
insignificâncias ( do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios.

                                                       Manoel de Barros




sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A UMA MULHER





Comporei canções a ti.
Cantarei poemas...
Saudaremos das estradas
os caminhos
e os lírios dos recantos.
Pergaminhos contarão
a nossa história
(de sementes semeadas
e colheitas).

                                                  Yuri Hícaro

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A ARTHUR RIMBAUD






Mortal, anjo e demônio, ou melhor, Rimbaud,
teu lugar no meu livro é o primeiro, como um prêmio;
tu que um bobo escritor um dia esculhambou
te achando um debochado imberbe, um verme, poêmio.

As espirais de incenso e os acordes do alaúde,
saúdam tua chegada ao templo da memória,
onde teu nome esplêndido soará em glória,
pois me amavas, se preciso, até a plenitude.

Serás para as mulheres, sempre, belo e forte,
de uma beleza assim, agreste e sedutora,
tão cobiçada quanto desvanecedora!

E a história te erguerá triunfante da morte,
p'ra que, apesar de toda a lama, o mundo veja
teus pés intactos sobre a cabeça da inveja!

                                                                    Paul Verlaine