quinta-feira, 26 de maio de 2011

DESCONHECIDA UTOPIA

                                                                   Yuri Hícaro                                                     



            Sinto o vazio preencher,
            O nada,
            Leito puro e doce,
            És fruto...
            Inigualável cheiro, perene,
            Oh, anjo diuturno,
            Amável sabor,
            Cândido tecido
            De desconhecida origem,
            Desconhecida utopia.
            És tudo...
            E de tudo um pouco, soturno,
            És jóia rara.

Que belo encontro de lábios!
E queima,
E o nada preenches,
E curo...
Irrompes, criatura, a luz nas trevas,
Logo surgem as auroras mais belas,
As mais belas vertigens
E as vertigens mais sinceras.
O medo, dissipas,
Com beijo de mil virgens.
És o mundo...
Galgo em ti a vida, natureza,
A mais singela.

terça-feira, 24 de maio de 2011

UM BRADO MANIFESTO

Yuri Hícaro

            Lavei calejados os pés
            Nos sonhos caudalosos do Potengi,
            Em um brado,
            Brado manifesto,
            Não para o sangue contaminar,
            Que corre em seus afluentes
            Mas, para os das minhas artérias limpar!

            Lavai no Potengi
            Seus calejados pés,
            E no passado de suas raízes,
            Densas e felpudas... perceber
            A manutenção da vida,
            A construção de uma história,
            A chegada e permanência de um povo...

            Que a seus afluentes e subafluentes,
            Permite falecer pouco a pouco!