sábado, 17 de outubro de 2015

SOBRE



Lívio Oliveira


Arde ainda o tempo
em que não te vejo
guardando dor e incenso
das horas em que me lancei
sobre os teus peitos duros
e língua acesa em sais

Todo o ar que engulo
de tua boca ausente
mistura venenos
ao sangue impuro
que se expande
em tecidos e cortinas
e nas tuas coxas
sob o oculto da noite e suores.

Teimo em aguardar
mais dias de sonho
de sonos vis
no travesseiro
das tuas costas
tatuadas de centauros.


                                                                                Lívio Oliveira


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