sexta-feira, 18 de novembro de 2011
O POETA , A MENINA E A FLOR
Carlos Gildemar Pontes
Um sorriso cabe num poema
flor de cactos
adornando o espinho
no meio do deserto
um seio, uma boca
o poeta em desejos
morde seus beijos
Dálias
crisântemos
e papoulas
despetalam-se nas madrugadas
a flor é um poema
entre as pernas da menina
sangue
suga
sugando
a língua do poeta
água viva em seus lábios
O poeta navega-naufraga em silêncios
fogem-se-lhes os sentidos
a menina e o poeta se inflamam
restam cinzas no poema
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
UM LEMA
YURI HÍCARO
Vamos,
qual a sua posição?
Reflita,
conjugue o verbo,
aperte o botão...
A minha?
Legaliza a opção
na democracia,
sem intervenção da polícia,
e toda liberdade de expressão!
A minha,
quebra barreiras
e tabus...
Todo dia,
tolerando hipocresia
dentro de casa e na padaria;
o álcool sobra, o álcool mata!
A minha?
É contra
toda forma de tirania
e a programada alienação pela
mídia, da nossa burguesia...
E você?
Pense, reflita...
Não temos educação,
o trabalho custa caro;
e de quebra,
por causa de um mero baseado,
polícia prende estudante universitário...
A minha,
é a vanguarda
sob o tradicional,
o novo,
beijando a face
da impermanência universal!
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Gregório de Matos Guerra
![]() |
Gregório de Matos |
A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana e vinha;
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro,
que a vida do vizinho e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos sobre os pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia,
estupendas usuras nos mercados,
todos os que não furtam muito pobres:
e eis aqui a cidade da Bahia.
Assinar:
Postagens (Atom)