terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ESPERA DE MAIO




Camila Passatuto



A caixa de correio está vazia
Considero teu lembrar,
Teu traço fraco,
Teu cheiro cocaína.

Pesquisei as velhas revistas
Nada trás mera resposta

Esvaziei meu estômago.
Estraguei boa parte da vida,
Mas você - ainda latente -
dos poucos danos, me esquiva.

Nenhum postal de Barbacena
De São Luiz, Barra Bonita

Passou sem sirene, é polícia.
Afastei os dentes da janela
Escaldei a parede com suor

E é só espera
Lá por longe,
Cá dentro
Nem sou mais poeta.

Instalo-me na ânsia
De tua volta, revolta,
Minha poesia cadela.


                                                                            Camila Passatuto




Um comentário: