domingo, 17 de abril de 2016

POEMINHA BÊBADO




Marcelino Freire


ele chega e me aperta
peito dentro do peito
ao meu pobre coração
fala mais de um segredo
engole a minha saliva
me sequestra um beijo

aí depois vem com desculpas
me diz no outro dia
"é que eu estava bêbado"

ele pula em meu pescoço
me lambe cheiro por cheiro
molha de nicotina
todos os meus pelos
na cama me ama e grita
que é homem e não tem medo

aí depois vem com desculpas
me diz no outro dia
"é que eu estava bêbado"

ele chega em meu ouvido
contorcido de desejo
come meu rabo o bandido
me humilha de joelhos
clama assim que eu chupe
cada um de seus dedos

aí depois vem com desculpas
me diz no outro dia
"é que eu estava bêbado"

seu merda filho da puta
desculpas desse tipo de novo
já disse que não aceito
porque mais bêbado do que eu
neste mundo não existe
nenhum outro sujeito


                                                                                Marcelino Freire




Nenhum comentário:

Postar um comentário