Yuri Hícaro
Exalam,
vem dos poros;
mas neles
o carrapato a paz encerra.
Vocês transmitem paz
mas a reprimem...
está nos olhos e na alma
a rosa que não morre,
vocês transmitem paz
mas a reprimem...
se for medo
desenterro o morto que espera
o anjo.
Você transmite paz
mas a reprime...
E no fim dest'avenida,
tudo,
mas absolutamente tudo,
é paz reprimida.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
LEMBRANÇAS DE INFÂNCIA
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Caio César Muniz |
Um banco de madeira ao pé da porta
vazante, feijão verde, melancia,
um pote na cozinha, água fria
é toda esta riqueza que importa.
Nos fundos do quintal tinha uma horta,
repleta de coentro e cebolinha,
poleiro povoado de galinha,
lembranças de uma infância hoje morta.
Lembrando as belezas do engenho,
revendo as riquezas que hoje tenho,
eu penso: nada disso tem valia.
E se deus me permitisse um regresso,
eu juro, deixaria este progresso
e nunca meu torrão eu deixaria.
![]() |
Os poetas |
Caio César Muniz
terça-feira, 3 de abril de 2012
OS FANTOCHES
Deífilo Gurgel
O fantoche obedece cegamente
ao comando do manipulador:
um tempo de sorrir e estar contente,
um tempo de chorar e sentir dor.
Mas, a face não muda. A gente sente
olhando em seu olhar, seja o que for
de morte e solidão, a inconsistente
vida a que uma outra vida dá calor.
O homem dos fantoches é um sucesso:
— Distinto público, eu agora peço...
(Silencia a ululante patuléia).
A lágrima e o sorriso controlados
nos cordéis habilmente disfarçados.
(Os fantoches no palco ou na platéia?).
O fantoche obedece cegamente
ao comando do manipulador:
um tempo de sorrir e estar contente,
um tempo de chorar e sentir dor.
Mas, a face não muda. A gente sente
olhando em seu olhar, seja o que for
de morte e solidão, a inconsistente
vida a que uma outra vida dá calor.
O homem dos fantoches é um sucesso:
— Distinto público, eu agora peço...
(Silencia a ululante patuléia).
A lágrima e o sorriso controlados
nos cordéis habilmente disfarçados.
(Os fantoches no palco ou na platéia?).
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