terça-feira, 22 de março de 2016

CARLOS NEJAR




O Autor



É noite
Noite desancorada
Noite imenso navio
A demandar outro céu

Noite torturada
Noites de anjos
Revoltados
A morder o horizonte

Noite alucinada
Floresta de febre
Cristais de delírio
Na noite parada

Noite com sede
Não podes reter
O sol
Nas tuas redes

Noite
Tua fome
Ninguém a consome

Noite

Do tempo
A embalar tempo morto

Noite
Desesperada
Não chegarás mais ao porto

Noite
Desesperada
Que farás do filho morto?

Noite a embalar o que fomos

Noite a chorar o que somos

Noite


                                                                               Carlos Nejar





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